A História do Athletico Paranaense:
O Club Athletico Paranaense, conhecido também como Athletico Paranaense ou Athletico-PR, com sigla CAP, é um destacado time de futebol brasileiro situado em Curitiba, capital do Paraná. Este clube foi criado em 26 de março de 1924, resultado da união entre o International Foot-Ball Club e o América Futebol Clube.
O Athletico Paranaense é famoso por suas cores vermelha e preta, ganhando o apelido de rubro-negro. Seus jogos são realizados no Estádio Joaquim Américo Guimarães, mais conhecido como Arena da Baixada, que foi reaberto em duas ocasiões: em 1999, após uma reconstrução completa, e em 2014, devido às renovações para a Copa do Mundo FIFA de 2014.
O clube se destaca no cenário do futebol paranaense por ser o único a ganhar títulos internacionais oficiais, incluindo a Copa Sul-Americana em 2018 e 2021, e a Levain Cup-Sudamericana Final em 2019, além de ser o único a vencer a Copa do Brasil. Foi também o primeiro do estado a competir em um torneio nacional, a Taça Brasil de 1959, e a chegar à final da Copa Libertadores, em 2005 e 2022.
Entre suas conquistas, o Athletico Paranaense tem uma Levain Cup-Sudamericana (2019), duas Copas Sul-Americana (2018 e 2021), um Campeonato Brasileiro (2001), uma Copa do Brasil (2019), uma Seletiva para a Libertadores (1999) e vinte e sete títulos estaduais, com mais de 4.545 partidas jogadas.
Em termos de títulos nacionais e internacionais oficiais, excluindo competições estaduais e regionais, o Athletico Paranaense era, em setembro de 2019, o clube mais bem-sucedido entre os não fundadores do Clube dos 13. Em 2022, foi considerado a 50ª marca mais valiosa do futebol brasileiro e a primeira na Região Sul pela consultoria Sports Value.
Em 2021, o Athletico foi classificado pela IFFHS como o 10º melhor clube do mundo. Seu principal rival local é o Coritiba Foot Ball Club, com quem disputa o clássico Athletiba, além de manter uma rivalidade com o Paraná Clube, conhecido pelo duelo Paratico ou Derby da Rebouças.
Como tudo começou:
No ano de 1912, Joaquim Américo Guimarães e um grupo de amigos fundaram o International Foot-Ball Club, um time com uniformes nas cores preta e branca, que participava de competições na região da Água Verde. Durante torneios internos promovidos pelo Internacional, equipes secundárias compostas por sócios do clube entravam em campo. Um desses grupos, buscando autonomia, criou o América Futebol Clube em 24 de maio de 1914, adotando as cores vermelha e branca e tendo como primeiro presidente o capitão Augusto do Rego Barros. O América e o Internacional passaram a competir em amistosos, evoluindo para uma rivalidade também no campeonato estadual, com o Internacional conquistando seu primeiro título em 1915 e o América em 1917.
Essa rivalidade entre os dois clubes, que eram independentes até 1924, terminou com a fusão das equipes em 21 de março daquele ano, resultando na formação do Club Athletico Paranaense.
É importante destacar que a fusão entre Internacional e América não foi um processo simples. O América, inicialmente parte do Internacional, foi se distanciando e adquirindo sua própria identidade. A rivalidade entre as equipes era mais simbólica, mantendo-se as amizades entre os membros de ambos os clubes. As diferenças entre eles eram mais notórias na estrutura de cada equipe do que em aspectos fundamentais, semelhante à relação entre Coritiba e Britânia.
A união de Internacional e América, pensada como uma força imbatível no futebol paranaense, foi discutida em encontros nos cafés da cidade. No entanto, não havia consenso. Alguns membros do América resistiam à fusão, temendo serem absorvidos pelo Internacional, que era considerado mais forte. Essa resistência se dissipou após a fusão, com o entendimento de que o novo clube teria características distintas do Internacional, incluindo cores e bandeiras diferentes.
Primeira partida
O Athletico Paranaense disputou sua primeira partida de futebol em 6 de abril de 1924, enfrentando o Universal FC em um jogo amistoso. Neste confronto, o Athletico saiu vitorioso com o placar de 4 a 2. Naquela ocasião, a equipe entrou em campo com os jogadores Tapyr, Marrecão, Ferrário; Franico, Lourival, Malello; Smythe, Ari, Marreco, Maneco e Motta.
Como o novo uniforme do clube ainda não estava pronto – sua confecção seria finalizada apenas 15 dias depois, a tempo para o Torneio Início de 1924 – o Athletico teve que usar o uniforme antigo do Internacional, refletindo a influência deste na fusão dos clubes. Esta informação é detalhada no livro “Atlético Paixão de um Povo”, publicado em 1994.
Os gols daquela memorável vitória foram marcados por Marreco, Ari (autor de dois gols) e Malello. A arbitragem do jogo ficou a cargo de José Falcine, jogador do Savoia, que posteriormente também atuou pelo Athletico.
Década de 1920
Na década de 1920, o Athletico Paranaense se destacou no cenário esportivo, competindo com equipes fortes como Britânia, Savoia, Palestra Itália e Coritiba. Em 1924, o clube foi vice-campeão do Torneio Início e alcançou a 5ª posição no Campeonato Paranaense. No ano seguinte, o Athletico conquistou seu primeiro título estadual, seguindo com vice-campeonatos nos anos de 1926, 1927 e 1928. Em 1929, o time se sagrou campeão estadual novamente, desta vez de forma invicta.
Década de 1930
A década de 1930 começou com o Athletico mantendo sua força no futebol paranaense. Em 1931, o clube terminou o estadual em 3º lugar, mas não teve um bom desempenho em 1932. O ano de 1933 foi marcado pelo “Atletiba da gripe”, onde o Athletico, mesmo com um time debilitado pela gripe, venceu seu principal rival por 2×1. Neste ano, também houve a estreia de Caju, um futuro ídolo do clube.
Em 1934, o Athletico se tornou proprietário do terreno da Baixada da Água Verde, nomeando o estádio em homenagem a Joaquim Américo Guimarães. O time foi campeão paranaense neste ano, com destaque para o goleiro Alfredo Gottardi, o “Caju”. Entretanto, em 1935, o clube não repetiu o sucesso anterior.
Em 1936, apenas 12 anos após sua fundação, o Athletico conquistou seu quinto título estadual de forma invicta e ganhou pela primeira vez o Torneio Início. Em 1937, iniciou a construção de arquibancadas de concreto no estádio, um marco para os estádios paranaenses. O time foi vice-campeão estadual neste ano. Em 1938, terminou o campeonato em 4º lugar, e em 1939, não teve um bom desempenho.
A década encerrou com uma disputa acirrada no campeonato estadual de 1940 entre o Athletico e o Ferroviário. O Athletico venceu o segundo turno, e devido a uma controvérsia no último jogo, foi declarado campeão estadual após julgamento da Federação Paranaense de Futebol.
Década de 1940
Prosseguindo com a trajetória do Athletico Paranaense, o campeonato estadual de 1940 foi palco de intensa disputa. O clube rubro-negro e o Ferroviário foram os principais protagonistas dessa competição. O Ferroviário conquistou o primeiro turno, enquanto o Athletico destacou-se no segundo. A decisão do campeonato exigiu uma série “melhor de três pontos”. Contudo, um incidente no último jogo do returno, que estava empatado em 2 a 2, levou à suspensão do Ferroviário e à consequente declaração do Athletico como campeão paranaense de 1940, após o julgamento pela Federação Paranaense de Futebol.
Essa vitória marcante encerrou uma década repleta de conquistas e desenvolvimentos significativos para o clube. O Athletico Paranaense, com sua história rica em desafios e triunfos, consolidou-se como uma força importante no futebol paranaense, continuando a influenciar o cenário esportivo regional e nacional nas décadas seguintes.
Década de 1950
Durante a década de 1950, o Athletico Paranaense teve uma trajetória variada no Campeonato Paranaense. O clube começou a década com uma 7ª colocação em 1951, seguida por um 6º lugar em 1952. Em 1953, melhorou seu desempenho, alcançando a 4ª posição. O destaque do ano de 1954 foi a conquista invicta do Torneio João Todeschini. Nos anos de 1955 e 1956, o Athletico terminou ambos os campeonatos na 5ª colocação, seguido por um 3º lugar em 1957. A conquista mais importante da década veio em 1958, quando o clube sagrou-se campeão estadual com uma vitória de 4×3 sobre o Rio Branco.
Em 1959, o Athletico, então campeão estadual, ganhou o direito de representar o Paraná na primeira Taça Brasil. Sua estreia ocorreu contra o Hercílio Luz, onde conseguiu uma vitória histórica por 2 a 1. Encerrando a década, o clube ficou na 5ª posição do campeonato estadual em 1960.
Década de 1960
Na década de 1960, o Athletico iniciou com um 4º lugar no campeonato estadual de 1961. Em 1962, o clube não conseguiu se posicionar entre os primeiros. Em 1963, o time, conhecido como “universitários atleticanos”, também terminou em 4º lugar. Nos anos de 1964 e 1966, o Athletico alcançou a 3ª posição no estadual, enquanto em 1965, ficou fora das primeiras colocações.
Em 1967, o Athletico enfrentou desafios financeiros e foi rebaixado para a segunda divisão, mas graças aos esforços do presidente Jofre Cabral e Silva, e com a chegada de Djalma Santos e Bellini, campeões mundiais de 1962, o clube se reergueu em 1968. Neste ano, o clube venceu o torneio Jofre Cabral e garantiu vaga no Torneio Roberto Gomes Pedrosa (Robertão), onde obteve vitórias notáveis. No campeonato estadual, foi vice-campeão.
Em 1969, Bellini encerrou sua carreira no Athletico, e o clube terminou o estadual na 5ª posição. Em 1970, encerrando a década, o Athletico conquistou o título estadual após 12 anos, com destaque para Sicupira, artilheiro do campeonato, e Djalma Santos, que conquistou seu último título aos 41 anos.
Década de 1970
A década de 1970 foi um período de altos e baixos para o Athletico Paranaense. Em 1971, Djalma Santos, um dos grandes nomes do clube, encerrou sua carreira, e o Athletico ficou em 4º lugar no estadual. No ano seguinte, alcançou o vice-campeonato estadual. Em 1973, o clube estreou no Campeonato Brasileiro, terminando na 28ª posição, e foi novamente vice-campeão estadual. Em 1974, o Athletico ficou perto de se classificar para o quadrangular final do Brasileiro, terminando em 2º lugar no seu grupo, e dividiu o vice-campeonato estadual com o Colorado.
Nos anos de 1975 e 1976, o clube terminou o Brasileirão nas 29ª e 26ª posições, respectivamente, e obteve o 3º lugar no estadual em ambos os anos. Em 1977 e 1978, as colocações no Brasileirão foram 48ª e 62ª, respectivamente, mas em 1978 o clube foi vice-campeão estadual, com destaque para a atuação de Ziquita, que marcou 4 gols em um jogo.
Em 1979, o Athletico teve um bom desempenho no Brasileirão, terminando em 11º lugar, e ficou em 3º no estadual. Encerrando a década, em 1980, o clube participou da Taça de Prata (equivalente à Série B atual), terminando em 25º lugar, e ficou em 9º no estadual.
Década de 1980
Na década de 1980, o Athletico não disputou campeonato nacional em 1981, mas ficou em 3º no estadual. Em 1982, após 12 anos sem títulos, o clube foi campeão estadual com os jogadores Washington e Assis, e terminou em 32º no Brasileirão. Em 1983, conquistou o bicampeonato estadual e obteve a melhor colocação até então no Brasileirão, o 3º lugar.
Em 1984, o Athletico completou 60 anos, ficando em 4º no estadual e em 11º no Brasileirão. Em 1985, foi novamente campeão estadual. Em 1986, terminou o estadual em 7º e o Brasileirão em 18º. Em 1987, disputou o Módulo Amarelo da Copa União, sendo eliminado nas semifinais, e foi vice-campeão estadual. Em 1988, foi campeão estadual e ficou em 19º na Copa União. Em 1989, foi rebaixado para a Série B pela primeira vez, ficando em 3º no estadual.
A década de 1990 começou com o Athletico conquistando o título estadual e chegando à final da Série B, perdendo para o Sport, mas garantindo o acesso à Série A em 1991.
Década de 2000
Na década de 2000, o Athletico Paranaense teve momentos significativos. Em 2001, o clube alcançou o bicampeonato estadual e conquistou seu primeiro título do Campeonato Brasileiro da Série A, vencendo o São Caetano. Alex Mineiro se destacou como ídolo do clube nesta conquista. Em 2002, além de ganhar novamente o estadual, o Athletico participou pela segunda vez da Libertadores da América.
Em 2003, o clube venceu a Copa Paraná (Sesquicentenário). No ano seguinte, 2004, foi vice-campeão brasileiro, com Washington como artilheiro do torneio. Neste mesmo ano, uma parceria com a empresa Kyocera resultou na renomeação do estádio para Kyocera Arena.
Em 2005, o Athletico foi campeão paranaense e alcançou a final da Libertadores, mas enfrentou desafios com a capacidade do seu estádio. Apesar dos esforços para aumentar a capacidade do estádio, o primeiro jogo da final foi transferido para o Estádio Beira-Rio, terminando em empate. A segunda partida, no Morumbi, resultou em derrota para o clube. Nesse ano, também foi resolvida uma disputa judicial sobre o uso de um terreno vizinho ao clube.
Em 2006, fez uma boa campanha na Copa Sul-Americana, chegando à semifinal. Em 2007, terminou a Série A na 12ª colocação, classificando-se para a Sul-Americana de 2008. Em 2008, o clube quebrou o recorde de vitórias consecutivas, conhecido como “Furacão de 49”, com 12 vitórias seguidas. Em 2009, o Athletico conquistou o Campeonato Paranaense e, finalizando a década, em 2010, terminou o Brasileirão na 5ª posição.
Década de 2010
Durante a década de 2010, o Athletico Paranaense vivenciou momentos de altos e baixos. Em 2011, após 15 anos na Série A, o clube foi rebaixado para a Série B, terminando o Campeonato Brasileiro em 17º lugar. No ano seguinte, 2012, garantiu o retorno à elite do futebol brasileiro, conquistando a 3ª colocação na Série B, e foi vice-campeão no estadual.
Em 2013, o Athletico alcançou o vice-campeonato da Copa do Brasil, perdendo para o Flamengo, e terminou o Campeonato Brasileiro na 3ª posição, garantindo uma vaga na Libertadores de 2014. No estadual, também foi vice-campeão.
No ano de 2014, o clube ficou em 4º lugar no estadual e alcançou as oitavas-de-final da Copa do Brasil. No Brasileirão, terminou em 8º. O Estádio Joaquim Américo Guimarães foi reformado e ampliado, sediando 4 jogos da Copa do Mundo FIFA de 2014.
Em 2015, o Athletico ficou na 10ª posição no Brasileirão e participou do Torneio da Morte no estadual. Em 2016, foi campeão paranaense e terminou o Brasileirão em 6º, classificando-se para a pré-Libertadores de 2017.
O ano de 2017 foi marcado pelo vice-campeonato estadual e pela participação na Libertadores, onde o clube avançou até as oitavas-de-final, sendo eliminado pelo Santos.
Em 2018, o Athletico conquistou o campeonato estadual e a Copa Sul-Americana, tornando-se o primeiro clube paranaense a ganhar um título internacional oficial. Este feito lhe rendeu a classificação para a Libertadores pela 6ª vez.
2019 foi um ano histórico para o clube, com a conquista da Tríplice Coroa: bicampeonato estadual, título inédito da Levain Cup-Sudamericana Final no Japão e da Copa do Brasil. O clube também foi vice-campeão da Recopa contra o River Plate e eliminou o Boca Juniors na fase de grupos da Libertadores, sendo posteriormente eliminado nas oitavas pelo mesmo time argentino. No Brasileirão, terminou em 5º lugar, garantindo vaga na Libertadores de 2020.
Em 2020, o Athletico foi vice-campeão da Supercopa do Brasil, perdendo para o Flamengo, mas conquistou o tricampeonato paranaense, vencendo ambos os jogos da final do clássico Atletiba. Na Libertadores, foi eliminado nas oitavas-de-final pelo River Plate da Argentina.
Década de 2020
Na década de 2020, o Athletico Paranaense alcançou marcos importantes. Em 2021, conquistou pela segunda vez a Copa Sul-Americana, vencendo o Red Bull Bragantino por 1×0 em Montevidéu, tornando-se o primeiro e único bicampeão brasileiro da competição. Esse triunfo garantiu a 8ª participação do clube na Libertadores de 2022, além de vagas na Recopa e na Levain Cup. No Campeonato Brasileiro, terminou em 14º lugar e chegou à final da Copa do Brasil, ficando com o vice-campeonato após perder para o Atlético-MG.
O clube manteve a 5ª colocação no ranking nacional da CBF pelo segundo ano consecutivo e subiu 12 posições no ranking da CONMEBOL, figurando entre os TOP 15 pela primeira vez. Em 2022, o Athletico marcou presença no ranking anual da IFFHS, ficando em 10º lugar a nível mundial, superando clubes como Paris Saint Germain, Juventus e Manchester United.
No mesmo ano, foi vice-campeão da Recopa Sul-Americana, perdendo para o Palmeiras, e chegou à final da Libertadores, sendo derrotado pelo Flamengo em Guayaquil. No Brasileirão, terminou em 6º e se classificou para a 9ª Libertadores. Na Copa do Brasil, foi eliminado pelo Flamengo nas quartas de final. O Athletico encerrou 2022 com um saldo de 32 vitórias, 22 empates e 20 derrotas em 74 jogos.
Em 2023, conquistou o Campeonato Paranaense de forma invicta, algo que não acontecia desde 1936. Além disso, alcançou a maior invencibilidade do clube no século XXI, com 20 jogos sem derrotas, incluindo vitórias e empates no Brasileirão 2022, no Paranaense 2023 e na Libertadores 2023, marcando 46 gols e sofrendo apenas 10.
Escudo
O escudo do Club Athletico Paranaense passou por várias evoluções ao longo de sua história. Desde a fundação do clube até 1988, o escudo apresentava listras horizontais, com uma breve mudança em 1934, quando surgiu um design sem listras. Na gestão de Valmor Zimermann, em 1988, o escudo adotou listras verticais, inspiradas no Milan, mantidas até 1997, quando o escudo foi remodelado para um formato circular, ainda com listras verticais.
O monograma “CAP” também teve diversas mudanças ao longo dos anos, adaptando-se a diferentes estilos e necessidades de aplicação. Nas décadas de 70 e 80, por exemplo, surgiram versões simplificadas em tipografia geométrica.
Na década de 1940, Ayrton Lolô Cornelsen, jogador e estudante de engenharia e arquitetura, redesenhou o escudo, considerando o anterior muito conservador e similar ao do Flamengo. O novo design mantinha o entrelaçamento das letras “CAP” em um estilo barroco, sem contorno externo, mas com uma homenagem ao clube carioca na forma das letras.
Posteriormente, o escudo voltou a ter um contorno quase triangular, com listras horizontais vermelhas e pretas e as letras estilizadas por Lolô, até setembro de 1988, quando as listras mudaram para verticais.
Em 1997, durante a era Petraglia, o escudo foi atualizado para um formato redondo, mantendo as listras verticais e as letras de Lolô. Em 2018, o clube realizou uma reformulação radical em sua identidade visual. O nome “Clube Atlético Paranaense” foi substituído pela denominação original “Club Athletico Paranaense”, para distinguir o clube de outros Atléticos no Brasil.
O novo escudo, moderno e inovador, é composto por linhas paralelas ascendentes nas cores do time, formando uma figura que remete a um furacão, apelido do Athletico. Ele incorpora também elementos da bandeira do Paraná e simboliza crescimento. As estrelas comemorativas das conquistas de 2001 (dourada) e 1995 (prateada), anteriormente presentes, foram retiradas nesta última atualização.
Mascote
Com a renovação da marca do clube em 2018, o Athletico Paranaense introduziu a “Família Furacão” como seus novos mascotes. Esta família é composta por um casal, seus dois filhos e o Fura-Cão, o cachorro da família. Esses personagens vieram substituir o antigo mascote do clube, conhecido como “cartola”. O “cartola” foi escolhido anteriormente como mascote por representar o estilo de vestimenta dos torcedores da elite de Curitiba que frequentavam os jogos do Athletico, caracterizados por trajes elegantes, incluindo fraques, cartolas e polainas.
Hino do Athletico Paranaense
O hino do Athletico Paranaense tem uma história interessante, graças ao Capitão Othonio Benvenuto. Embora ele talvez nunca tenha visitado Curitiba, assistido a um jogo na Baixada ou conhecido os grandes nomes que passaram pelo time rubro-negro, Benvenuto teve um papel crucial na criação de um dos hinos de futebol mais belos do Brasil. A música foi interpretada pela banda do Corpo de Bombeiros do Estado da Guanabara, com letra de Zinder Lins e música de Genésio Ramalho, trazendo emoção aos torcedores do Athletico.
A ideia do hino surgiu com as celebrações do bicampeonato invicto de 1929/1930. Naquele momento, Zinder Lins, artilheiro do time, decidiu prestar uma homenagem duradoura ao Athletico, escrevendo uma letra que serviria para celebrar todas as vitórias do clube. A música, composta ao ritmo de tango, popular na época, tinha um apelo atemporal.
O presidente do clube na época, Manoel Aranha, reconhecendo a conexão da música com os torcedores, decidiu torná-la o Hino Oficial do Club Athletico Paranaense. Inicialmente, a melodia foi composta por J. Cibelli, mas descobriu-se que era um plágio de “God Bless America”. Posteriormente, Genésio Ramalho, ex-jogador do Atlético, assumiu a tarefa de criar uma nova melodia para o hino, com alterações feitas pelo ex-dirigente Aníbal Borges Carneiro na letra.
Finalmente, em 1968, a versão definitiva do hino foi gravada pela Banda do Corpo de Bombeiros do Estado da Guanabara. Zinder Lins e Genésio Ramalho, posteriormente, doaram os direitos autorais do hino ao Athletico.
Uniforme do Athletico Paranaense
O uniforme do Club Athletico Paranaense é um elemento de grande importância e orgulho para seus torcedores, tanto que é mencionado no hino oficial do clube: “A camisa rubro-negra só se veste por amor”. Este manto simboliza mais do que apenas uma vestimenta; representa paixão, força e a união de uma torcida fervorosa. Quando um jogador veste essa camisa, ele se sente mais forte, respaldado pelo apoio incondicional dos torcedores, jogando com garra e determinação.
As cores distintivas do uniforme, vermelho e preto, têm suas raízes na fusão de dois clubes que deram origem ao Athletico. O Internacional, de uniforme alvinegro, contribuiu com a cor preta, enquanto o América, conhecido como colorado, forneceu o vermelho. Essa combinação gerou um dos mais belos e icônicos uniformes no mundo do futebol. A primeira camisa do Athletico tinha listras rubro-negras horizontais, mas ao longo dos anos, o design passou por diversas alterações. Em 1989, as listras tornaram-se verticais e, hoje em dia, o uniforme apresenta faixas diagonais rubro-negras.
Títulos
Títulos Internacionais:
- Copa Sul-Americana: 2018, 2021
- Levain Cup/CONMEBOL Sudamericana Final (J.League Cup/CONMEBOL Sudamericana Championship Final): 2019
Títulos Nacionais:
- Campeonato Brasileiro Série A: 2001
- Copa do Brasil: 2019
Títulos Regionais:
- Seletiva para a Libertadores: 1999
Títulos Estaduais:
- Campeonato Paranaense: 1925, 1929, 1930, 1934, 1936, 1940, 1943, 1945, 1949, 1958, 1970, 1982, 1983, 1985, 1988, 1990, 2000, 2001, 2002, 2005, 2009, 2016, 2018, 2020, 2021, 2022, 2023 (27 títulos)
Outros Títulos e Conquistas:
- Torneio Início do Paraná: várias conquistas
- Torneio Sesquicentenário da Independência: 1972
- Torneio Sul-Minas: 2002
- Campeonato Brasileiro Série B: 1995
- Torneio da Morte (Campeonato Paranaense): 2015
Torcida
A torcida do Athletico Paranaense é conhecida por sua paixão e intensidade, sendo considerada uma das mais fervorosas e intimidadoras do Brasil. De acordo com uma pesquisa nacional de 2012, a torcida do Athletico é a quinta mais temida entre os clubes brasileiros. O estádio Arena da Baixada, conhecido como um “Caldeirão”, é famoso pela atmosfera eletrizante criada pelos torcedores.
O Athletico também se destaca por ter estabelecido recordes de público nos principais estádios de Curitiba, incluindo o Estádio Couto Pereira, Durival de Brito, Estádio do Pinheirão, Estádio Joaquim Américo e Eco-Estádio. A única exceção é o Estádio da Vila Olímpica do Boqueirão, onde a maior presença de público não pertence ao Athletico.
Segundo pesquisas de 2017 e 2020, o Athletico tem a 19ª maior torcida do Brasil, com cerca de 1,3 milhão de simpatizantes, sendo o clube com o maior número de torcedores no futebol paranaense.
Entre as torcidas organizadas do Athletico, destacam-se:
- Os Fanáticos: Fundada em 1977, é a principal torcida organizada do clube, conhecida por sua animação e apoio incondicional ao time em todas as partidas.
- Ultras: Fundada em 1992, essa torcida se diferencia por seu estilo único e pelo uso de camisetas vermelhas com um escorpião nas costas, trazendo uma abordagem europeia de torcida ULTRA.
Além dessas, houve outras torcidas organizadas importantes ao longo da história do clube, como a ETA, Guerrilheiros, Nação, Independente Atleticana, ETAFE, Jovem e várias outras, algumas das quais já foram extintas, mas que marcaram sua presença e contribuíram para o fervor da torcida atleticana.
Estádio de Sedes
A Arena da Baixada, oficialmente conhecida como Estádio Joaquim Américo Guimarães, é o orgulhoso lar do Club Athletico Paranaense. Popularmente chamada de “Caldeirão” pelos torcedores, o estádio se destaca pela atmosfera intensa e pressão que impõe aos times adversários. Sua história começou em 1914 como Campo da Baixada, construído pelo Internacional, um dos clubes fundadores do Athletico, e foi inaugurado com um jogo entre Internacional e Flamengo.
Ao longo dos anos, a Baixada passou por várias reformas. A primeira grande remodelação ocorreu em 1967, com ampliação das arquibancadas, e a segunda entre 1992 e 1994, com a construção de um tobogã. Em 1997, o estádio foi totalmente reconstruído, transformando-se numa moderna arena. Entre 2012 e 2014, sofreu uma reforma completa para atender aos padrões da FIFA, hospedando quatro jogos da Copa do Mundo de 2014.
Além do estádio, o Athletico possui o Centro de Treinamentos Alfredo Gottardi, ou CT do Caju, inaugurado em 1999 e nomeado em homenagem ao ídolo Alfredo Gottardi. Em 2011, foi criada a CAP S/A – Arena dos Paranaenses, uma Sociedade de propósito específico para gerenciar as reformas da Arena da Baixada.
O Athletico teve diversas sedes ao longo de sua história, começando na Rua XV de Novembro, coração de Curitiba, onde as primeiras discussões sobre a fusão dos clubes fundadores ocorreram. Com o tempo, a sede do clube mudou para a avenida Marechal Floriano e, finalmente, para a rua Buenos Aires, no bairro Água Verde.
O clube também teve outras instalações importantes como o PAVOC, um projeto de Vila Olímpica iniciado pela família Cornelsen, e o Ginásio de Esportes, construído sob a gestão de João Alfredo Silva e usado para diversas atividades esportivas e sociais. O clube também possuía uma sede campestre em Colombo e a sede administrativa na Engenheiros Rebouças, que foi um ponto central para a resistência do clube durante uma crise em 1997.
Rivalidades
Atletiba
O Atletiba é a denominação do clássico futebolístico entre Athletico e Coritiba, marcando uma das rivalidades mais significativas e tradicionais de Curitiba e do futebol brasileiro. O primeiro jogo oficial entre as equipes aconteceu em 8 de junho de 1924 no Parque Graciosa, válido pelo Campeonato Paranaense, onde o Coritiba venceu o Athletico por 6 a 3. Há relatos de um encontro anterior, em 20 de abril de 1924, logo após a fundação do Athletico, em um jogo de trinta minutos onde o Athletico venceu por 2 a 0. No entanto, essa partida é contestada por não ser uma partida oficial com duração regular de noventa minutos.
Paratico
O Paratico é o clássico que envolve o Athletico e o Paraná Clube, outra significativa rivalidade do futebol paranaense. O destaque dessa rivalidade foi na Copa Sul-Americana de 2006, a única ocasião até então em que esses times se enfrentaram em uma competição internacional. O Athletico venceu ambos os jogos: 1 a 0 na Arena da Baixada e 3 a 1 no Pinheirão, eliminando o Paraná Clube do torneio.
Futebol feminino do Athletico Paranaense
O futebol feminino do Athletico Paranaense tem ganhado destaque e força, especialmente após a conquista do Campeonato Paranaense Feminino em 2023. Esse título é um marco significativo, evidenciando o empenho e a evolução da equipe no cenário esportivo estadual. A vitória no campeonato reafirma a importância do investimento contínuo no futebol feminino, tanto no desenvolvimento das atletas quanto na estrutura de apoio fornecida pelo clube. Este sucesso é um exemplo do potencial crescente do futebol feminino no Athletico Paranaense e um estímulo para futuras conquistas