Roberto Dinamite, o garoto que um dia encantou no Maracanã, faleceu aos 68 anos. Dinamite, um dos maiores goleadores do futebol brasileiro e mundial, sofria de câncer intestinal, foi diagnosticado no final de 2021 e morreu neste domingo 08/01/2023
Nos últimos meses, enquanto tratava a doença, recebeu diversas homenagens do Vasco. Assim maior delas é uma estátua de bronze no gramado de São Januário. Um belo reconhecimento, ainda em vida, ao maior ídolo da história vascaína.
Sua história merece reverências que exaltam o status de lenda entre muros da Colina. No entanto Roberto Dinamite, jogador entre 1971 e 1992, abandonou os gramados como o maior goleador da história do Campeonato Brasileiro e Campeonato Carioca. Três décadas após sua aposentadoria, segue inabalável na artilharia absoluta das duas competições.
Apelido de Roberto
O apelido apareceu no primeiro ano como profissional, quando manchete de jornal noticiou o primeiro gol da carreira chamando seu autor de “garoto-Dinamite”. De fato, o atacante explosivo se notabilizou pela qualidade na finalização. Com os dois pés, de cabeça, dentro e fora da área, Roberto tinha talento que o credenciou a acumular duas artilharias do brasileiro e três do carioca. Em 1981, foi o maior goleador do país, com 62 gols na temporada.
Não era um atacante trombador. Dinamite foi um talentoso cobrador de faltas, o que exige mais do que apenas força. Portanto Durante sua carreira, soube envelhecer e se adaptar taticamente a isso. Na segunda metade de 1980, o camisa 10 já grisalho recuou para armar jogadas para um jovem atacante que despontava na época: Romário. E fez isso muito bem. Juntos, foram bicampeões cariocas.
Um dos maiores erros que a história pode fazer é restringir Roberto Dinamite ao Vasco. Todavia o atacante teve sua trajetória quase toda com a camisa vascaína, mas seus feitos extrapolaram os limites de um só clube.
Dinamite é o segundo maior goleador do Maracanã, e protagonizou partidas históricas no estádio. Foi nele onde conquistou o título brasileiro de 1974, contra o Cruzeiro, onde, em 1976, marcou um dos gols mais bonitos da história do futebol brasileiro, em que matou a bola no peito, deu um lençol no zagueiro Osmar, do Botafogo, e finalizou de voleio.
Portanto foi no Maracanã lotado onde reestreou pelo Vasco em 1980 depois de passagem curta pelo Barcelona e marcou cinco gols na goleada de 5 a 2 sobre o Corinthians.
Roberto faz parte de um grupo de atletas muito seletos: foi artilheiro da seleção brasileira em uma Copa do Mundo. Sendo assim na Argentina, em 1978, saiu do banco de reservas para assim fazer três gols e ser peça fundamental na campanha que terminou com o terceiro lugar.
Abalou Dinamite
Três passagens marcaram sua vida e mexeram com seu emocional. O desprezo de Telê Santana, que o levou para a Copa do Mundo de 1982, mas não colocou ele nas partidas.
Todavia outro fato que mexeu com Dinamite foi perder prematuramente sua primeira esposa, Jurema, figura conhecida no futebol carioca por ser a mulher e também empresária do craque.
Outra passagem de sua vida que lhe entristeceu foi a presidência do Vasco. Mais precisamente, o segundo mandato. Assim Dinamite, é um ídolo incontestável como jogador, passou a conviver com fortes críticas da torcida, cobranças da imprensa, e a política suja de São Januário. Deixou a cadeira muito desgastado, com a imagem arranhada, algo que só com o tempo foi recuperado.
Símbolo de dias melhores
Portanto Roberto Dinamite foi o maior íconi dos melhores dias do Vasco, de um time que arrastava multidões pelo Brasil, torcedores vibrantes e ansiosos para próximos títulos carioca ou do Brasileiro.
O craque protagonizou o auge do Clássico dos Milhões, nos anos 1970 e 1980, com partidas para mais de 100 mil pessoas no Maracanã, rivalizando o Vasco de Dinamite e o Flamengo de Zico.
Dinamite explodiu ao longo da vida portanto hoje está brilhando. Assim diz o hino do Vasco , que tanto tocou por sua causa, no céu a brilhar.
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