História e Origens do Goiás Esporte Clube
O Goiás Esporte Clube teve suas raízes plantadas em 6 de abril de 1943, graças à visão dos irmãos Carlos e Lino Barsi. O cenário da fundação foi um local simples: a calçada sob um poste de luz na rua 7, no centro de Goiânia, em frente à casa de Lino Barsi. Foi nesse ambiente urbano que o sonho de criar o clube começou a tomar forma. Em seu primeiro confronto contra o Atlético Goianiense, o time, ainda sem muitos recursos, usou camisas verdes com listras horizontais brancas, um presente do América Mineiro. Porém, como havia apenas nove camisas, completaram o uniforme com duas totalmente brancas. O primeiro emblema do Goiás foi cuidadosamente bordado à mão pela esposa de Lino Barsi.
Nos primeiros 20 anos, o Goiás manteve um perfil discreto. Sem grandes investimentos e ainda ofuscado pelos times mais fortes do estado, o clube foi ironicamente apelidado pelos rivais de “Clube dos 33”, uma referência jocosa ao suposto pequeno número de seus torcedores. Durante as décadas de 1950 e 1960, o Goiás tinha a reputação de um time sem muitas vitórias, com exceção do brilho individual de Tão Segurado, atacante que defendeu as cores do clube de 1954 a 1961 e se tornou o primeiro jogador a ser artilheiro do Campeonato Goiano em 1956.
Primeiro Título Estadual e Ascensão no Cenário Nacional
A década de 1960 marcou um ponto de virada para o Goiás. Em 1966, o clube conquistou seu primeiro título do Campeonato Goiano, liderado pela dupla de zagueiros Macalé e Japonês, começando a desafiar os grandes nomes da época, como Goiânia e Atlético Goianiense.
Os anos 70 testemunharam um crescimento impressionante, com quatro títulos estaduais e a participação no primeiro Campeonato Brasileiro da era moderna em 1973. O Goiás, terminando em 13º lugar, teve um momento memorável no Pacaembu contra o Santos. O Santos estava ganhando por 4 a 1, e mesmo com Pelé sendo substituído, o Goiás, liderado por Lucinho, Matinha e especialmente Paghetti, que marcou três gols, conseguiu um empate espetacular de 4 a 4.
Domínio Regional e Sucesso Nacional
Nos anos 80, o Goiás se estabeleceu como a principal força do estado, conquistando cinco títulos estaduais e uma Copa Centro-Oeste. A torcida aumentou significativamente, e o clube ganhou o apelido carinhoso de “Verdão da Serra”. No Campeonato Brasileiro, o Goiás teve performances notáveis, especialmente em 1983 com jogadores como Zé Teodoro, Dadá Maravilha e Luvanor, terminando em 5º lugar. Luvanor, após essa campanha, transferiu-se para o Catania da Itália, retornando em 1990 para liderar o time ao vice-campeonato da Copa do Brasil.
A década também foi marcada pelo surgimento de grandes artilheiros, como Túlio em 1989, que se tornou o maior goleador do Campeonato Brasileiro, e seu sucessor Baltazar, conhecido como “Artilheiro de Deus”, que brilhou no Goiano de 1994 e na Série B do Brasileirão.
Reconhecimento e Conquistas
Na virada do milênio, o Goiás solidificou sua posição entre os grandes do futebol brasileiro. Com cinco estaduais, duas Copas Centro-Oeste e performances sólidas nacional e internacionalmente, o clube se destacou. Dimba, em 2003, quebrou o recorde de gols em uma edição do Brasileirão, ajudado por jogadores como Danilo e Grafite.
O ano de 2005 foi marcante, com o Goiás terminando em terceiro no Brasileirão e conquistando uma vaga inédita na Libertadores, onde avançou até as oitavas de final. Em 2006, com um ataque formidável, o Goiás se destacou novamente no campeonato nacional.
Em 2009, apesar de controvérsias envolvendo um jogador, o Goiás manteve seu título do Campeonato Goiano e teve uma boa campanha no Brasileirão, embora tenha caído de rendimento na segunda metade da temporada. Na Copa Sul-Americana, a equipe foi eliminada nas oitavas de final, encerrando sua participação no 12º lugar.
Rebaixamento e Superação do Goiás Esporte Clube
Em 2010, uma performance insatisfatória no Campeonato Brasileiro levou o Goiás ao rebaixamento para a Série B, confirmando-se duas rodadas antes do final. Contudo, o clube se destacou na Copa Sul-Americana, alcançando a final internacional pela primeira vez após uma reviravolta impressionante contra o Palmeiras, vencendo por 2 a 1 no Pacaembu. Apesar de ter perdido o primeiro jogo por 1 a 0 no Serra Dourada, o Goiás avançou graças ao critério do gol fora de casa. Em 1 de dezembro de 2010, o clube superou o Independiente da Argentina por 2 a 0 no primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana. Porém, na partida de volta, o Goiás sofreu uma derrota de 3 a 1 no tempo regulamentar e foi vencido nos pênaltis por 5 a 3, ficando com o segundo lugar.
Em 2011, o Goiás terminou a Série B do Campeonato Brasileiro em 11º lugar, falhando na tentativa de ascender à Série A no ano seguinte. A chegada do técnico Enderson Moreira trouxe uma nova energia à equipe, criando a possibilidade de subir de divisão. No entanto, uma derrota de 4 a 0 para o Bragantino acabou com as esperanças de promoção. Na Copa do Brasil, o time foi eliminado pelo São Paulo nas oitavas de final, após duas derrotas por 1 a 0, e no Campeonato Goiano, conquistou o vice-campeonato, empatando duas vezes com o Atlético-GO na final.
Já em 2012, o Goiás realizou uma campanha excepcional na Série B do Campeonato Brasileiro, garantindo o acesso e o título com duas rodadas de antecedência. A vitória de 3 a 0 sobre o Grêmio Barueri em casa, com um público recorde de mais de 39 mil pessoas, foi um marco. No último jogo, a equipe conquistou o bicampeonato ao vencer de virada o Joinville por 2 a 1, com outro grande público presente. Com 78 pontos acumulados, o Goiás não perdeu nenhum jogo em casa durante a competição.
Em 2013, o Goiás se sagrou bicampeão goiano, superando o Atlético-GO. Teve uma trajetória notável na Copa do Brasil, sendo eliminado pelo Flamengo nas semifinais. No Campeonato Brasileiro da Série A, o clube lutou por uma vaga na Libertadores, mas viu suas chances desaparecerem ao perder em casa para o Santos na última e decisiva rodada, terminando na sexta posição.
Evolução e Impacto da Torcida do Goiás
Nos primórdios de sua história, o Goiás Esporte Clube enfrentou desafios não apenas dentro de campo, mas também nas arquibancadas. A narrativa popular, impregnada de certo sarcasmo por parte dos torcedores rivais, sugeria que o clube contava apenas com 33 torcedores. Esta alegação, além de ser uma zombaria, refletia a modesta presença de adeptos nos primeiros anos do clube.
No entanto, o cenário para a torcida do Goiás mudou drasticamente ao longo das décadas. Uma pesquisa nacional realizada pela Pluri Consultoria em 2012, e reiterada em 2020, trouxe à tona uma realidade bem diferente: o Goiás Esporte Clube possui aproximadamente 800.000 torcedores. Este dado notável, oriundo da pesquisa com a menor margem de erro já publicada, ressalta o crescimento e a paixão que envolve o clube, dissipando qualquer vestígio do estigma inicial.
A paixão pelo Goiás também se manifesta por meio de suas torcidas organizadas, que desempenham um papel vital na cultura e identidade do clube. Entre elas, destaca-se a Força Jovem do Goiás, fundada em 23 de maio de 1997. A criação desta associação foi motivada pelo desejo de reunir torcedores genuinamente dedicados ao clube, após a extinção da Inferno Verde. O objetivo da Força Jovem era claro: congregar indivíduos que compartilhassem do mesmo amor incondicional pelo Goiás Esporte Clube, fomentando um espírito de união e apoio contínuo.
Essa transformação na base de torcedores do Goiás não apenas reflete o sucesso do clube em campo, mas também evidencia uma mudança cultural significativa. A expansão de sua torcida demonstra o poder do futebol em transcender barreiras geográficas e sociais, criando uma comunidade unida pelo amor ao esporte e ao seu time. Hoje, o Goiás Esporte Clube não é apenas reconhecido por suas conquistas esportivas, mas também pela vibrante e dedicada torcida que o apoia, desempenhando um papel crucial na história e no futuro do clube.
Rivalidades do Goiás : Uma Análise Histórica e Estatística
O futebol é marcado por suas rivalidades, e no caso do Goiás Esporte Clube, não é diferente. As disputas regionais não apenas animam os torcedores, mas também definem a história e a tradição do clube no cenário esportivo brasileiro.
Goiás vs. Vila Nova: O Clássico do Cerrado
O confronto entre Goiás e Vila Nova representa a maior rivalidade do futebol no Centro-Oeste brasileiro e é um dos clássicos mais fervorosos do estado de Goiás. Esta disputa é notável não só pela performance dos times em campo, mas também pela intensa rivalidade e pela presença marcante das torcidas nas arquibancadas.
- Número de jogos: 307
- Vitórias do Goiás: 148
- Empates: 84
- Vitórias do Vila Nova: 75
- Gols do Goiás: 466
- Gols do Vila Nova: 322
- Maior goleada: Vila Nova 1 x 6 Goiás (08/02/2009)
- Último jogo: Vila Nova 0 x 0 Goiás (2020)
Goiás vs. Atlético: O Clássico do Equilíbrio
Embora o duelo Goiás versus Atlético Goianiense não tenha a mesma magnitude da rivalidade com o Vila Nova, este confronto ganhou intensidade nos últimos anos, impulsionado pelo crescimento notável do Atlético Goianiense.
- Número de jogos: 281
- Vitórias do Goiás: 118
- Empates: 80
- Vitórias do Atlético: 101
- Gols do Goiás: 412
- Gols do Atlético: 378
- Maior goleada: Goiás 5 x 0 Atlético (22/02/1998)
- Último jogo: Goiás 2 x 0 Atlético (2020)
Goiás vs. Goiânia: O Clássico GoGo
O confronto entre Goiás e Goiânia, conhecido como Clássico GoGo, foi uma rivalidade emblemática nas décadas de 70, 80 e 90. Com o declínio do Goiânia, conhecido como Galo Carijó, a rivalidade perdeu força. Atualmente, o Goiânia é uma equipe respeitada pelos torcedores de outros clubes da capital, incluindo os do Goiás.
- Número de jogos: 203
- Vitórias do Goiás: 88
- Empates: 52
- Vitórias do Goiânia: 63
- Gols do Goiás: 302
- Gols do Goiânia: 243
- Maior goleada: Goiás 7 x 2 Goiânia (09/06/2002)
- Último jogo: Goiás 3 x 1 Goiânia (06/04/2019)
Infraestrutura Esportiva do Goiás Esporte Clube: Um Olhar Detalhado
O Goiás Esporte Clube, reconhecido no cenário esportivo, destaca-se pela sua infraestrutura de alto padrão, fundamental para o desenvolvimento dos atletas. Em 2010, a estrutura do clube foi avaliada pelo canal SporTV, que a posicionou como a oitava mais completa do Brasil. A única ressalva apontada foi a localização da concentração dos jogadores, que não se encontrava no Centro de Treinamento Edmo Pinheiro, mas sim na Sede da Serrinha, o que impactava a logística do clube.
Dentro da área urbana de Goiânia, o Goiás possui três Centros de Treinamento. Estes são: a Sede da Serrinha, no Setor Bela Vista; o CT Edmo Pinheiro, no Setor Parque Anhanguera; e o CT Coimbra Bueno, localizado no bairro de mesmo nome na cidade de Aparecida de Goiânia.
Sede da Serrinha – O Complexo Esportivo e Recreativo Ruarc Douglas
Este complexo, uma homenagem ao dirigente responsável pela aquisição do terreno nos anos 60, inclui:
- Estádio Hailé Pinheiro, com capacidade para 13.500 pessoas.
- Um ginásio coberto para três mil pessoas.
- Estrutura completa de concentração para atletas.
- Dois campos de treino gramados para jovens atletas.
- Piscina semi-olímpica coberta e aquecida.
- Estacionamento para 300 veículos.
- Duas quadras de areia iluminadas para vôlei e futevôlei.
- Pista de cooper com 1 km.
- Espaços para eventos, bar Spazio Verde e a loja GoStore.
Centro Esportivo e Lazer Edmo Pinheiro
Este centro oferece:
- A Casa do Atleta.
- Oito campos gramados oficiais.
- Vestiários equipados com armários personalizados, ar condicionado, duchas, banheiras de hidromassagem e cadeiras especiais.
- Sala de Comissão Técnica com equipamentos modernos.
- Departamento Médico e academia de ginástica.
- Área de lazer com quiosque e churrasqueira.
- Três campos de futebol society.
- Piscina com diferentes profundidades.
- Lago natural, mini bosque com árvores nativas e parquinho.
- Sala de Imprensa.
Centro Coimbra Bueno em Aparecida de Goiânia
Este centro foca no:
- Atendimento a crianças carentes da região.
- Possui pista de cooper e dois campos gramados.
Essa infraestrutura exemplar não apenas facilita o treinamento de alto nível, mas também reflete o compromisso do Goiás Esporte Clube com a excelência no esporte e no apoio à comunidade.
Uniformes do Goiás