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A História do Campeonato Paulista

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A História do Campeonato Paulista

O Campeonato Paulista de Futebol, também conhecido como Paulistão, representa a principal competição de futebol profissional no estado de São Paulo. Este torneio é organizado pela Federação Paulista de Futebol desde 1941 e detém o título de ser a liga de futebol mais antigo do Brasil, com sua primeira edição datando de 1902. O São Paulo Athletic foi o primeiro vencedor do campeonato, enquanto o Palmeiras é o campeão mais recente, tendo conquistado seu vigésimo quinto título na edição de 2023.

Conforme registros da Federação Paulista de Futebol, os times com mais títulos na competição são: Corinthians, com 30 vitórias; Palmeiras, com 25 títulos (contando com dois extras fora da contagem oficial); e São Paulo e Santos, ambos com 22 conquistas. Esses quatro clubes são notáveis rivais e estão entre os maiores times do Brasil, marcando profundamente a história do campeonato. Além desses, outros doze times já levantaram a taça da primeira divisão do futebol paulista, um torneio que viu a participação de 102 clubes diferentes ao longo dos anos.

No formato atual, o campeonato da Primeira Divisão conta com a participação de dezesseis equipes. Normalmente, o torneio é realizado entre janeiro e abril, dentro da temporada do futebol brasileiro. Em 2017, foi introduzida uma nova estrutura de competição, com os dezesseis clubes sendo divididos em quatro grupos.

Como Tudo começou

Charles Miller, após retornar da Inglaterra onde havia se familiarizado com o futebol, estabeleceu o primeiro torneio desta modalidade em São Paulo, Brasil. Em 14 de dezembro de 1901, a Liga Paulista de Foot-Ball (LPF) foi fundada, contando inicialmente com cinco times: São Paulo Athletic, Internacional, Mackenzie, Germânia e Paulistano. A primeira competição ocorreu entre abril e outubro de 1902, com o São Paulo Athletic Club sagrando-se campeão e Charles Miller como artilheiro. Ao contrário do que ocorria na Argentina e no Uruguai, o futebol brasileiro era inicialmente praticado principalmente pelas elites.

A final do Campeonato Paulista de 1902, que foi o primeiro campeonato estadual do Brasil, ocorreu entre São Paulo Athletic Club e Club Athletico Paulistano, resultando em 2×1. O futebol começou a ganhar popularidade ao longo dos anos. O Club Athletico Paulistano, formado por jovens das famílias mais abastadas de São Paulo, emergiu como um time de destaque. A percepção sobre o futebol começou a mudar após a turnê do Corinthian, uma equipe amadora de Londres, que impressionou o público jovem com suas vitórias sobre os melhores times brasileiros da época. Inspirados por eles, trabalhadores locais fundaram o Corinthians, o primeiro clube popular da cidade.

Dos anos 1910 ao final dos anos 1930

A popularidade crescente do futebol entre as classes mais baixas resultou em um desacordo dentro da LPF, cujos dirigentes defendiam que o futebol deveria permanecer um esporte elitista. Isso levou à criação da Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA), que promoveu o futebol em todas as classes sociais. Times como Corinthians, Palestra Itália (hoje conhecido como Palmeiras) e Paulistano foram fundamentais na nova liga.

A LPF encerrou suas atividades em 1917, e a APEA tornou-se a única liga em São Paulo até 1926. A presença de jogadores destacados como Neco do Corinthians e Arthur Friedenreich do Paulistano, junto com equipes fortes e grandes multidões, consolidou o futebol como o esporte mais popular no Brasil. Surgiram debates sobre a profissionalização do futebol. O Paulistano, então com mais títulos, optou por permanecer amador e fundou a Liga dos Amadores de Futebol (LAF) em 1925. A rivalidade entre as duas ligas impulsionou a expansão do futebol, incluindo equipes do interior do estado.

Profissionalização do Paulistão

A transformação do futebol paulista começou em 1930, após o declínio da LAF e o encerramento do departamento de futebol do Paulistano. Em 1933, com a criação da Liga Bandeirante de Futebol, o futebol profissional ganhou impulso. Neste contexto, Corinthians e Palestra Itália destacaram-se como as principais forças do estado. Paralelamente, ex-membros favoráveis à profissionalização do Paulistano, em conjunto com a A.A. das Palmeiras, fundaram o São Paulo Futebol Clube, que logo se estabeleceu como uma das principais equipes.

O campeonato estadual de 1933 foi marcante, sendo o primeiro estadual profissional do Brasil e a segunda competição profissional no país, precedida apenas pelo Torneio Rio-São Paulo do mesmo ano. O primeiro jogo profissional no Brasil foi um amistoso na Vila Belmiro, onde o São Paulo venceu o Santos por 5 a 1. Curiosamente, Arthur Friedenreich, inicialmente contrário à profissionalização, marcou o primeiro gol profissional do futebol brasileiro.

Novos Tempos 

Com o fim das atividades da APEA em 1936, a Liga Bandeirante de Futebol, fundada em 1934, evoluiu para a atual Federação Paulista de Futebol, criada em 1941. O São Paulo, reforçado por Leônidas da Silva, dominou o cenário, conquistando cinco dos oito campeonatos subsequentes. Durante a Segunda Guerra Mundial, o Palestra Itália, por motivos políticos, renomeou-se para Palmeiras e foi campeão em 1942. O crescimento do futebol levou à criação da segunda divisão em 1948, ampliando a participação de equipes do interior.

Na década de 1950, São Paulo, Palmeiras e Corinthians foram os grandes protagonistas. O Santos, embora competitivo, ainda aguardava o reconhecimento dos três times da capital. O campeonato de 1954 foi emblemático, fazendo parte das celebrações do quarto centenário de São Paulo. Em uma partida decisiva no Estádio do Pacaembu, Corinthians e Palmeiras empataram, resultado que garantiu o título ao Corinthians, que só voltaria a ser campeão em 1977.

A chegada de Pelé em 1957 revolucionou o futebol. Com seus gols memoráveis, o Santos conquistou nove dos doze campeonatos seguintes. Pelé foi o artilheiro em todos os anos de 1957 a 1965, estabelecendo o recorde de 58 gols em 1958, um feito ainda não superado. Nessa era, o Santos dominou amplamente, exceto pelas vitórias do Palmeiras em 1963 e 1966.

O duelo entre Santos e Palmeiras em 1959 resultou em um Supercampeonato Paulista histórico, decidido em três jogos emocionantes no Pacaembu, com o Palmeiras sagrando-se campeão. Desde a década de 1960, competições nacionais começaram a rivalizar com os campeonatos estaduais em popularidade, embora muitos torneios paulistas ainda marcassem a história do futebol brasileiro.

Anos 1970 Em 1973

Anos 1970 Em 1973, um erro do árbitro Armando Marques na final do Campeonato Paulista entre Santos e Portuguesa resultou na proclamação de dois campeões. O confronto terminou empatado em 0 a 0, e após um empate na prorrogação, seguiu para os pênaltis. O árbitro encerrou as cobranças prematuramente com o Santos liderando por 2 a 0, sem permitir que a Portuguesa realizasse suas duas últimas cobranças. Reconhecendo o erro após a partida, a Federação Paulista de Futebol decidiu dividir o título entre as duas equipes.

Em 1977, o Corinthians quebrou um jejum de títulos que durava quase 23 anos, ao vencer a Ponte Preta na final. O histórico gol do volante Basílio no Estádio do Morumbi, perante aproximadamente 150 mil espectadores, encerrou a espera corintiana de 22 anos, 8 meses e 7 dias por um título estadual, tornando-se uma das conquistas mais memoráveis do clube.

Anos 80

Os anos 80 foram marcados por embates entre o Corinthians, liderado por Sócrates, e o São Paulo, com Serginho Chulapa.

Anos 1980 A Democracia Corintiana, com sua filosofia inovadora de gestão participativa dos jogadores, conquistou o campeonato em 1982 e 1983. Enquanto isso, o São Paulo emergiu como o time de maior sucesso da década, conquistando os títulos de 1980, 1981, 1985, 1987 e 1989. Esses anos foram marcados pelo surgimento de Müller e Silas, os “Menudos do Morumbi”, apelidados em referência à popular banda porto-riquenha Menudo.

Em 1986, a Inter de Limeira surpreendeu ao derrotar o Palmeiras na final do campeonato no Estádio do Morumbi. Em 1990, Bragantino e Novorizontino protagonizaram a primeira final entre equipes do interior, uma das maiores surpresas da história do Paulistão.

Anos 1990

Anos 1990 O São Paulo, liderado por Raí, Muller e Zetti, conquistou o Paulistão em 1991 e 1992, com Raí se destacando como artilheiro em 1991. Em 1993, o Palmeiras, com jogadores como Evair, César Sampaio, Roberto Carlos, Zinho e Edmundo, encerrou um jejum de 16 anos sem títulos, vencendo o Corinthians por 4 a 0. O clube repetiu o feito em 1994 e 1996, com a campanha de 1996 sendo a melhor de uma equipe na era profissional do campeonato, marcando 102 gols.

O Corinthians obteve o troféu cinco vezes de 1995 a 2003, consolidando-se como a equipe de maior sucesso nos primeiros 100 anos do campeonato, com 25 títulos.

Desde 2000, o Campeonato Paulista vem perdendo popularidade, sendo visto pelas principais equipes como uma etapa de preparação para competições maiores, como a Copa Libertadores e o Campeonato Brasileiro. No entanto, o Paulistão mantém sua relevância na revelação de novos talentos, na sustentação do futebol do interior e na preservação das rivalidades históricas, especialmente entre os grandes

Paulistão no Século XXI

Século XXI Nos anos de 2000 e 2001, o vencedor do Campeonato Paulista garantiu um lugar na Copa dos Campeões. Em 2002, o torneio foi limitado a clubes menores que não participaram do Torneio Rio-São Paulo daquele ano, com os três melhores times paulistas do interestadual (também os melhores da competição) qualificando-se para o Supercampeonato Paulista, juntamente com o campeão do Paulistão de 2002.

Na era contemporânea, Corinthians e Santos emergiram como os principais vencedores do campeonato paulista, cada um conquistando sete títulos desde 2001. Ambas as equipes alcançaram a marca de tricampeonato neste século, com o Santos vencendo em 2010, 2011 e 2012, e o Corinthians em 2017, 2018 e 2019.

O Santos alcançou um feito notável, chegando a oito finais consecutivas entre 2009 e 2016, período no qual conquistou os campeonatos de 2010, 2011, 2012, 2015 e 2016.

Em 2020, o Palmeiras encerrou um período de 12 anos sem conquistar o Campeonato Paulista, vencendo o Corinthians e impedindo que seu rival alcançasse o tetracampeonato. As finais desse ano foram marcadas pela ausência de público devido à pandemia de COVID-19.

No ano seguinte, foi a vez do São Paulo quebrar um jejum de 16 anos sem títulos estaduais, derrotando o Palmeiras por 2 a 0 no Morumbi, em um jogo também realizado sem torcida por conta da pandemia. Em 2022, o Palmeiras obteve sua revanche, superando o São Paulo por 5 a 3 no placar agregado no Allianz Parque, protagonizando uma virada histórica.

Organização do Campeonato Paulista

O Campeonato Paulista teve sua origem em 1902, organizado pela recém-formada Liga Paulista de Foot-Ball (LPF), com a participação de dez times da capital. A década de 1910 presenciou uma divisão no futebol paulista, levando à criação da Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA), que promoveu uma competição paralela à da LPF em 1913, defendendo um futebol mais inclusivo. Essa dualidade de campeonatos persistiu por quatro temporadas, até que a APEA se sobressaiu e a LPF foi dissolvida, com a maioria de seus clubes passando a disputar o que hoje é reconhecido como a Segunda Divisão.

Em 1926, o clube Paulistano liderou um novo racha, opondo-se à profissionalização do futebol e fundando a Liga de Amadores de Futebol (LAF). Por três anos, dois campeonatos estaduais foram disputados paralelamente, até a dissolução da LAF em 1930. Na década de 1930, uma última divisão surgiu devido a conflitos sobre o profissionalismo, resultando na formação da Liga Paulista de Futebol, com clubes como Corinthians e Palestra Itália.

A APEA enfraqueceu e foi extinta após 1936. Entre 1937 e 1941, a nova entidade passou por renomeações: Liga de Futebol Paulista (1937), Liga de Futebol do Estado de São Paulo (1938 a 1940) e, finalmente, Federação Paulista de Futebol (FPF) a partir de 1941.

Cronologicamente, as entidades que organizaram o campeonato foram:

  • Liga Paulista de Foot-Ball (LPF) de 1902 a 1912
  • Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA) e LPF de 1913 a 1916
  • APEA de 1917 a 1925
  • APEA e Liga dos Amadores de Futebol (LAF) de 1926 a 1929
  • APEA de 1930 a 1934
  • APEA e Liga Paulista de Futebol de 1935 a 1936
  • Liga de Futebol Paulista (LFP) em 1937
  • Liga de Futebol do Estado de São Paulo (LFESP) de 1938 a 1940
  • Federação Paulista de Futebol (FPF) desde 1941

Após o rebaixamento de seis equipes em 2017, o campeonato passou a contar com 16 times, divididos em quatro grupos. Na primeira fase, os times enfrentam apenas adversários de outros grupos, totalizando 12 rodadas. Os dois melhores de cada grupo avançam para as quartas de final, disputadas em ida e volta, diferentemente dos anos anteriores, quando o time de melhor campanha decidia em casa. Em 2020, o regulamento mudou novamente, estabelecendo partidas únicas em todas as fases, exceto na final, que mantém o formato de ida e volta. O mandante na fase final é o time com a melhor campanha no campeonato.

Campeonato Paulista de Futebol Feminino

O Campeonato Paulista de Futebol Feminino é uma competição de futebol feminino organizada pela Federação Paulista de Futebol (FPF), destinada a clubes do estado de São Paulo, Brasil. A competição tem grande importância no cenário do futebol feminino brasileiro, sendo uma das principais ligas estaduais do país.

Historicamente, o Campeonato Paulista Feminino tem desempenhado um papel crucial no desenvolvimento do futebol feminino no Brasil. Ele oferece uma plataforma para o talento feminino emergente, contribuindo significativamente para a ascensão de jogadoras que posteriormente brilham em clubes nacionais, internacionais e na seleção brasileira.

O campeonato é conhecido por sua competitividade e por atrair algumas das melhores jogadoras do país. Clubes como o São Paulo FC, Santos FC, Corinthians e SE Palmeiras são frequentemente vistos competindo no torneio, trazendo consigo uma rica história e uma base de torcedores apaixonados. Esses clubes investem significativamente em suas divisões femininas, o que ajuda a elevar o padrão geral da competição.

Além disso, o Campeonato Paulista Feminino serve como um importante trampolim para as jogadoras que aspiram a competir em ligas internacionais e participar de torneios de alto nível, como a Copa do Mundo Feminina da FIFA e os Jogos Olímpicos.

A estrutura do torneio pode variar de ano para ano, com a FPF ajustando o formato para se adaptar ao número de equipes participantes e outras considerações logísticas. Geralmente, o campeonato é disputado em fases de grupos seguidas de mata-matas, culminando em uma emocionante final.

Em resumo, o Campeonato Paulista de Futebol Feminino não só fornece entretenimento esportivo de alta qualidade, mas também desempenha um papel vital na promoção e no desenvolvimento do futebol feminino no Brasil.

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