A História do Paraná Clube
O Paraná Clube, equipe de futebol sediada em Curitiba, no estado do Paraná, foi criado em 19 de dezembro de 1989. Essa instituição surgiu da união de dois clubes locais, o Colorado Esporte Clube e o Esporte Clube Pinheiros. O clube é afetuosamente chamado de “Tricolor da Vila”, uma homenagem às suas três cores distintas e ao apelido de suas conhecidas instalações esportivas: a Vila Capanema (Estádio Durival Britto e Silva, inaugurado em 1947) e a Vila Olímpica do Boqueirão (Estádio Presidente Erton Coelho Queiroz, fundado em 1983). O mascote do clube é a Gralha-azul, um pássaro típico do estado do Paraná, que, junto com a araucária, figura no escudo do clube. O Paraná Clube conquistou sete títulos estaduais, predominando no futebol paranaense principalmente na década de 1990.
No cenário nacional, destacou-se ao vencer a Série B do Campeonato Brasileiro em 1992 e o Módulo Amarelo da Copa João Havelange em 2000, uma competição paralela à Série B da época. O clube permaneceu na primeira divisão do futebol brasileiro até 2007, ano em que também competiu na Copa Libertadores da América, e fez um breve retorno em 2018, mas foi rebaixado no mesmo ano.
Até o fim da temporada de 2022, o Paraná Clube realizou 1881 partidas oficiais, obtendo 756 vitórias, 503 empates e 622 derrotas. Entre seus principais rivais estão o Athletico e o Coritiba, também de Curitiba, com quem forma o conhecido Trio de Ferro Paranaense.
Quanto à sua história e formação, o Paraná Clube emergiu em 1989 como resultado da fusão entre o Colorado Esporte Clube e o Esporte Clube Pinheiros, estabelecendo-se como a equipe mais bem-sucedida do Paraná na década de 1990. Em apenas uma década, o clube conquistou seis títulos do Campeonato Paranaense de Futebol e alcançou rapidamente destaque no cenário nacional, progredindo da terceira para a primeira divisão do Campeonato Brasileiro em apenas três anos e ganhando o campeonato nacional da Série B em 1992.
Voltando um pouco mais no tempo, em 1988, dirigentes de Colorado e Pinheiros consideraram a fusão como uma estratégia para fortalecer o futebol de Curitiba. Em uma reunião histórica, representantes de ambos os clubes concordaram com a criação do Paraná Clube, definindo detalhes como nome, cores, uniforme, símbolos e distribuição patrimonial. Decidiram também que o Estádio Durival Britto e Silva seria o local oficial dos jogos e a sede oficial ficaria na Avenida Kennedy. Assim, em 19 de dezembro de 1989, foi oficialmente fundado o Paraná Clube.
1990: Os Primeiros Passos do Paraná Clube
No início de sua jornada, em 1990, o Paraná Clube estreou no Campeonato Paranaense de Futebol, começando a competir em fevereiro. Após uma série de jogos desafiadores, o time foi eliminado nas semifinais, finalizando sua primeira participação no campeonato na terceira posição.
Ainda em 1990, o Paraná alcançou seu primeiro êxito, ao competir em um torneio de qualificação para a Série C, chamado Seletiva Qualificatória Paranaense. O clube terminou este quadrangular na liderança, garantindo assim sua vaga na Série C do Campeonato Brasileiro. Nesta competição nacional, o Paraná Clube teve um desempenho notável, terminando em terceiro lugar geral e conseguindo o acesso para a Série B no ano seguinte.
O Primeiro Time e Técnico Rubens Minelli, conhecido por seus títulos brasileiros com o Internacional e São Paulo, foi o primeiro técnico do Tricolor, trazendo consigo uma equipe técnica completa. O elenco inicial, composto por cerca de 50 jogadores, era uma mistura de atletas experientes e jovens promessas das categorias de base, vindos tanto do Colorado quanto do Pinheiros.
1991-1992: As Primeiras Grandes Conquistas
Logo após sua formação, o Paraná Clube começou a colher frutos. Em 1991, o clube conquistou o Campeonato Paranaense pela primeira vez, empatando com o Coritiba no Couto Pereira. Esse título foi marcado por 17 vitórias em 26 partidas, incluindo uma expressiva goleada sobre o Londrina por 6 a 1.
Em 1992, o clube focou no Campeonato Brasileiro Série B após ser eliminado nas semifinais do estadual. Neste torneio, o Paraná sagrou-se campeão, garantindo sua vaga na elite do futebol brasileiro. Este foi um ano histórico para o clube, que também competiu pela primeira vez na Copa do Brasil, obtendo resultados notáveis, como a vitória sobre o Grêmio em Porto Alegre, embora tenha sido eliminado pelo critério de gols fora de casa.
1993-1997: A Era do Pentacampeonato
O Paraná Clube iniciou um período de grande sucesso no futebol estadual, conquistando cinco títulos consecutivos do Campeonato Paranaense de 1993 a 1997. Destacaram-se as vitórias sobre o rival Coritiba em finais emocionantes e a conquista do quinto campeonato seguido em 1997, sob a liderança de Rubens Minelli, marcando a hegemonia do clube no futebol paranaense.
Nas competições nacionais, o Paraná teve presença marcante na Copa do Brasil entre 1994 e 1997. Em 1994, apesar de um empate impressionante com o Internacional no Beira-Rio, o clube foi eliminado na primeira fase. Em 1995, conseguiu avançar às quartas de final, mas acabou sendo desclassificado pelo Corinthians. Em 1996, novamente alcançou as quartas, mas foi eliminado após uma disputa acirrada. Em 1997, a equipe enfrentou desafios contra o Internacional, sendo eliminada na primeira fase.
Além da Copa do Brasil, o Paraná Clube conquistou o vice-campeonato da Copa Cidade de Curitiba em 1994 e o título do Torneio de Verão de Paranaguá em 1996, vencendo o Coritiba nos pênaltis.
1998: O Fim da Hegemonia Em 1998
O Paraná Clube viu o fim de sua dominância no cenário estadual, terminando o Campeonato Paranaense em terceiro lugar. No Campeonato Brasileiro, a equipe conseguiu se manter na primeira divisão, garantindo a permanência na última rodada com uma vitória sobre o Flamengo.
Na Copa do Brasil de 1998, o Paraná teve uma trajetória marcante, começando com uma vitória expressiva sobre o Fluminense no Maracanã, seguida de uma eliminação do Atlético Mineiro. Contudo, o sonho foi interrompido nas quartas de final com duas derrotas para o Santos. Este ano marcou um ponto de virada para o clube, encerrando um ciclo de grandes conquistas e iniciando um novo capítulo em sua história.
1999-2000: A Reviravolta do Paraná Clube
No alvorecer dos anos 2000, o Paraná Clube vivenciou um ressurgimento notável, superando um período sem conquistas estaduais que havia começado em 1998.
Em 1999, o time enfrentou um revés na Copa do Brasil, sendo eliminado na primeira fase pelo modesto Camaçari. Apesar de vencer em casa, a derrota na Bahia por 2 a 0 selou a eliminação precoce do Paraná.
O ano de 2000 trouxe novos desafios e oportunidades. Na Copa do Brasil, o Paraná começou enfrentando o Americano, avançando com um empate e uma vitória. Contudo, a jornada terminou na segunda rodada, com uma derrota em casa para o Cruzeiro, que impediu a realização do jogo de volta.
O Campeonato Brasileiro de 1999 foi marcado por controvérsias, com a CBF intervindo para proteger os grandes clubes de um possível rebaixamento. Um sistema questionável de média de pontos entre os campeonatos de 1998 e 1999 resultou na injusta queda do Paraná para a Segunda Divisão. No entanto, foi durante a Copa João Havelange de 2000 que o clube deu a volta por cima.
Essa competição surgiu como uma alternativa ao Campeonato Brasileiro, cancelado devido a um imbróglio jurídico envolvendo o Gama, a CBF e o Botafogo. A Copa João Havelange, organizada pelo Clube dos Treze, contou com um formato complexo e a inclusão de equipes que, teoricamente, deveriam estar na segunda divisão. Com 114 times divididos em quatro módulos, o Paraná foi relegado ao Módulo Amarelo.
Apesar dos desafios, o Paraná mostrou garra e, garantindo o terceiro lugar na fase de grupos, avançou até a final do módulo. A conquista do título veio com uma vitória emocionante fora de casa contra o São Caetano, assegurando seu retorno à elite do futebol brasileiro. O gol decisivo de Frédson aos 41 minutos do segundo tempo foi um marco na história do clube.
Na mesma temporada, o Paraná também competiu no Módulo Azul, equivalente à Primeira Divisão, onde teve uma das suas melhores performances em campeonatos nacionais. O time chegou às quartas de final, sendo eliminado pelo eventual campeão, Vasco da Gama. Este período representou uma retomada impressionante para o clube, reafirmando sua presença no cenário futebolístico brasileiro.
Copa Sul e Copa Conmebol: A Trajetória do Paraná Durante este período
O Paraná Clube marcou sua presença na Copa Sul. A competição inicial consistia em três quadrangulares, dos quais os dois melhores times de cada avançavam para as semifinais. O Paraná, competindo no grupo B, se classificou em segundo lugar, logo atrás do Internacional-RS. Com um desempenho de três vitórias, um empate e duas derrotas, o time marcou e sofreu 11 gols.
Nas semifinais, organizadas em dois triangulares, o Paraná enfrentou seus rivais locais. Apesar de começar com empates tanto em casa contra o Atlético-PR quanto contra o Coritiba no Couto Pereira, o Paraná reagiu com uma vitória decisiva sobre o Atlético. Este jogo, realizado no dia 28 de março, é lembrado como uma das vitórias mais dramáticas na história do clube. Ainda precisando de mais um triunfo para garantir a classificação, o Paraná goleou o já eliminado Coritiba por 4 a 2 no dia 4 de abril, assegurando sua vaga na final com vantagem de mando de campo.
Contra o Grêmio, o Paraná enfrentou primeiro um revés em Porto Alegre, mas respondeu com uma vitória por 2 a 0 em Curitiba. Graças ao saldo de gols, o time ganhou o direito de jogar pelo empate na partida decisiva. No entanto, em 25 de abril, o Grêmio venceu por 1 a 0, deixando o Paraná como vice-campeão da Copa Sul e, por consequência, ganhando o direito de disputar a Copa Conmebol.
Na Copa Conmebol, que estava em seu último ano, o Paraná teve uma participação singular. O clube foi o segundo do estado a competir em um torneio internacional oficial, superando seus rivais centenários. No entanto, devido ao foco no Campeonato Brasileiro, o Paraná optou por poupar sua equipe principal, inscrevendo principalmente reservas e jogadores das categorias de base.
Contra o San Lorenzo do Paraguai, o Paraná conseguiu uma vitória em casa, mas sofreu uma derrota no jogo de volta. Nas quartas de final, enfrentou o Talleres da Argentina, com uma derrota fora e uma vitória em casa, levando a disputa para os pênaltis, onde acabou eliminado. O Talleres, adversário dessa fase, acabou se sagrando campeão da Copa Conmebol daquele ano.
2001-2005: Período de Desafios para o Paraná Clube
No início do novo milênio, de 2001 a 2005, o Paraná Clube enfrentou um período menos glorioso. Nesses anos, alcançou o segundo lugar no Campeonato Paranaense em duas ocasiões, em 2001 e 2002, este último sendo o vice do Supercampeonato Paranaense. Em 2004, o clube quase foi rebaixado no estadual, mas conseguiu se manter na elite através do “Torneio da Morte”.
Em 2002, o Paraná empreendeu uma bem-sucedida excursão à Ucrânia, onde conquistou vitórias significativas, incluindo um triunfo sobre a Seleção Olímpica da Ucrânia, o que lhe rendeu um troféu simbólico. No Campeonato Brasileiro de 2003, o clube se destacou com um 10º lugar e garantiu uma vaga para disputar sua primeira Copa Sul-Americana. Em 2005, o Paraná fez outra boa campanha no brasileirão, alcançando a 7ª colocação.
Na Copa Sul-Americana de 2004 o Paraná teve uma participação discreta. Venceu o Santos no primeiro jogo, mas sofreu uma derrota expressiva na partida de volta. Durante este período, o clube também conquistou a Copa Vila Velha em 2004 e o Torneio Quadrangular em Tangará da Serra-MS, competindo com jogadores das categorias de base.
2006-2007: Conquistas e Reveses Entre 2006 e 2007
O Paraná Clube vivenciou momentos de altos e baixos. Enfrentou problemas com a tabela da Copa do Brasil de 2006, sendo inicialmente excluído da competição, mas depois incluído devido à desistência do Bandeirante-DF. No entanto, foi eliminado na estreia após um empate e uma derrota.
Em 2002, o Paraná teve uma estreia vitoriosa na Copa do Brasil, superando o Atlético Bragantino e avançando nas fases seguintes, inclusive com uma vitória
marcante sobre o Botafogo no Maracanã. Apesar do bom desempenho, acabou sendo eliminado pelo Corinthians nas quartas de final.
A Copa Sul-Americana de 2004
Rrepresentou outra chance internacional para o clube, mas a campanha foi breve, sendo eliminado pelo Santos, que mais tarde se tornaria o campeão brasileiro daquele ano, após uma vitória em casa e uma derrota na partida de volta. No Campeonato Paranaense de 2004, o Paraná lutou contra o rebaixamento, conseguindo permanecer na competição.
Em 2005, embora não tenha conquistado o estadual, o Paraná se destacou no Campeonato Brasileiro, terminando em 7º lugar e se classificando para a Copa Sul-Americana de 2006. Nesta competição, no entanto, foi eliminado na primeira fase pelo Atlético-PR. O ano de 2006 também marcou o sétimo título estadual do Paraná, o primeiro em nove anos.
O ano de 2007 foi de altos e baixos para o Paraná. No Campeonato Paranaense, o clube foi vice-campeão, perdendo o título para o Paranavaí. Já na Taça Libertadores, o Paraná teve um desempenho notável na primeira fase, superando o Cobreloa do Chile e avançando para a fase de grupos. Apesar de uma campanha razoável, terminando em segundo lugar no grupo, o Paraná foi eliminado nas oitavas de final pelo Libertad do Paraguai, após uma derrota em casa e um empate no jogo de volta no Paraguai.
2008 – 2016: Altos e Baixos do Paraná Clube
Em 2008, o Paraná Clube retornou à Copa do Brasil, estreando contra o Trem Desportivo Clube com um empate em Macapá. No jogo de volta, na Vila Capanema, o Paraná conquistou uma vitória de 4 a 0. Após o jogo, o diretor de futebol Durval “Vavá” Lara Ribeiro anunciou a contratação do atacante Diego Ratinho, do time adversário. Em seguida, o Paraná enfrentou o Vitória, vencendo em casa por 1 a 0, mas sendo eliminado na partida de volta em Salvador, apesar da classificação.
No Brasileirão de 2002 a 2018, o Paraná teve momentos desafiantes. Em 2010, o clube lutou para não ser rebaixado na segunda divisão nacional, mas em 2011 sofreu o rebaixamento no Campeonato Paranaense, mesmo após um empate na Vila Capanema. Tentativas de evitar o rebaixamento, alegando irregularidades de outro clube, não foram bem-sucedidas, e o Paraná disputou a Divisão de Acesso em 2012, conseguindo o acesso sob o comando do ex-jogador Ricardinho.
Em 2013, o Paraná esteve perto de subir para a Série A, terminando em 8º lugar na Série B. Nos anos seguintes, de 2012 a 2016, o clube manteve-se na Série B, sem conseguir lutar pelo acesso à elite.
Volta à Série A e Sequência de Rebaixamentos Em 2017, após dez anos na Série B, o Paraná garantiu seu retorno à Série A, vencendo o CRB em Maceió. Contudo, em 2018, já na elite, o Paraná enfrentou uma sequência de jogos sem vitórias e foi rebaixado para a Série B. Em 2019 e 2020, continuou na Série B, mas em 2021 sofreu novo rebaixamento, desta vez para a Série C.
A situação do clube piorou em setembro de 2021, quando foi rebaixado para a Série D, após resultados de outras partidas. Em fevereiro de 2022, o Paraná foi rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Paranaense. Em agosto de 2022, foi eliminado da Série D pelo Pouso Alegre, ficando sem divisão nacional pela primeira vez em sua história.
Em junho de 2023, após uma série de empates decepcionantes, o Paraná foi eliminado da segunda divisão do Campeonato Paranaense pelo Patriotas, marcando um período difícil na história do clube.
Estádios do Paraná Clube:
História e Reformas Originário de uma fusão, o Paraná Clube detém dois estádios: o Durival Britto e Silva, também conhecido como Vila Capanema, e o Erton Coelho Queiroz, localizado na Vila Olímpica do Boqueirão.
Durival Britto e Silva: A Histórica Vila Capanema Inaugurado em 23 de janeiro de 1947, o Estádio Durival Britto e Silva estreou com um confronto entre Ferroviário e Fluminense. O primeiro gol no estádio foi marcado por Careca, do Fluminense, um clube que mantém laços estreitos com o Paraná Clube desde seus primórdios. Na época, este jogo gerou uma receita significativa. Após a inauguração, o Durival Britto tornou-se um dos maiores estádios do Brasil, superado apenas pelo Pacaembu e São Januário.
O estádio ganhou destaque internacional quando Curitiba foi escolhida como sub-sede da Copa do Mundo de 1950. A CBD (Confederação Brasileira de Desportos) selecionou o Durival Britto para os jogos, incluindo partidas entre Espanha e Estados Unidos, e Paraguai e Suécia.
Vila Capanema:
O Retorno ao Lar Após um período utilizando o Pinheirão, o Paraná Club decidiu voltar a utilizar a Vila Capanema para jogos profissionais e das categorias de base. Em 2005, sob a liderança do diretor de marketing Neto Gayer, iniciou-se um projeto de revitalização e expansão do estádio, incluindo novos camarotes, bares, banheiros e a construção de uma nova arquibancada. A reinauguração do estádio, agora com capacidade para mais de 20.000 espectadores, ocorreu em setembro de 2006.
Erton Coelho Queiroz:
A Vila Olímpica do Boqueirão O Estádio Erton Coelho Queiroz, anteriormente pertencente ao Esporte Clube Pinheiros, passou para as mãos do Paraná Clube após a fusão. Este estádio foi palco de importantes conquistas estaduais do clube, incluindo o campeonato de 1997, que registrou um recorde de público.
Pinheirão:
O Controverso Contrato de Arrendamento O Paraná Clube arrendou o Estádio do Pinheirão da Federação Paranaense de Futebol (FPF) no final do século passado, uma decisão que gerou controvérsia entre os torcedores e a diretoria. O contrato foi posteriormente revisto em 2002 e o Pinheirão, criticado pela visibilidade limitada do campo, foi devolvido. Em 2006, após a reforma do Durival Britto e o apoio da campanha “Vila, tá na hora”, o estádio voltou a ser a casa principal do Paraná Clube. O Pinheirão, após questões legais e financeiras, foi interditado em 2007 e leiloado em 2012.
Presença Internacional do Paraná
Além do cenário nacional, o Paraná Clube marcou presença em competições sul-americanas, participando da Copa Conmebol em 1999, da Copa Sul-Americana em 2004 e 2006, e da prestigiada Copa Libertadores da América em 2007. O clube também fez sua primeira aparição internacional no Torneio Internacional KLM na Costa Rica em 1994.
Torneio Internacional KLM 1994
Sob a liderança de Ocimar Batista Bolicenho, o Paraná Clube viajou para a Costa Rica para participar do Torneio KLM Airlines de Aviación. A equipe enfrentou a Liga Deportiva Alajuelense, Deportivo Saprissa e o Borussia Dortmund, com resultados mistos. Apesar de marcar seu primeiro gol internacional, o Paraná não conseguiu grandes sucessos no torneio. A excursão foi criticada por alguns, considerando-a uma aventura improdutiva em detrimento da pré-temporada.
Cores e Mascote do Paraná
A escolha das cores do Paraná Clube enfrentou inicialmente o desafio de evitar semelhanças com o rival Coritiba. Uma proposta inicial de verde e branco, cores do estado do Paraná, foi rapidamente descartada. A alternativa escolhida combinou o azul do Pinheiros e o vermelho do Colorado, complementados pelo branco, comum a ambos. A camisa foi desenhada com metades azul e vermelha, e inicialmente apresentava uma águia dourada no distintivo.
Posteriormente, a águia deu lugar à Gralha-Azul, reforçando a identidade paranaense do clube. O emblema também incorpora a Araucária, árvore emblemática do estado. Essa combinação de elementos simboliza não apenas o clube, mas também a identidade cultural do Paraná.
Mascote do Paraná
O mascote gralha-azul, ave símbolo do Paraná, é o mascote oficial do clube. Foi apresentada pelo Departamento de Marketing em 2008 e fez sua estreia em um jogo contra o Vitória pela Copa do Brasil. Além de ser uma figura central no emblema do clube, a gralha-azul tem um papel significativo na disseminação da araucária, árvore igualmente representada no brasão do clube.
No folclore paranaense, atribui-se à gralha-azul a missão divina de manter as florestas de araucária. Existe uma crença de que as armas falhariam ao mirar nesta ave, uma história que reflete o respeito e a importância da gralha-azul no estado. Essa reverência foi oficializada em 1984, quando a gralha-azul foi declarada ave-símbolo do Paraná.
Assim, a gralha-azul e a araucária, além de marcarem presença na natureza do Paraná, também se tornaram símbolos queridos pelos paranaenses e elementos fundamentais no distintivo do Paraná Clube.
Torcida do Paraná Clube
De acordo com um estudo realizado em 2008, o Paraná Clube é apoiado por 3,2% dos torcedores no estado do Paraná, posicionando-se como o oitavo time mais popular no estado e o terceiro entre os clubes paranaenses. Em 2012, uma pesquisa da Pluri/Ibope revelou que a torcida tricolor estava na 27ª posição no ranking nacional, com uma estimativa de 0,3 milhões de adeptos, o que equivale a aproximadamente 300.000 torcedores no Paraná.
A principal torcida organizada do Paraná Clube é a Fúria Independente. Além disso, existe o Movimento Popular Paranista, um grupo de torcedores que frequentam a área conhecida como “reta do relógio” na Vila Capanema, embora não se identifiquem formalmente como uma torcida organizada.
Presença Maciça em Jogos Importantes O apoio da torcida do Paraná Clube se fez notar especialmente em seis partidas, onde mais de 35.000 torcedores compareceram para apoiar o time em confrontos importantes:
- Em 2 de novembro de 1994, um público de 41.955 pessoas assistiu ao jogo entre Paraná e Corinthians no Couto Pereira, que terminou empatado em 0-0.
- Em 3 de outubro de 2017, 39.414 torcedores viram o Paraná vencer o Internacional por 1-0 na Arena da Baixada.
- No jogo de 25 de novembro de 2017 contra o Boa Esporte, no Couto Pereira, a torcida compareceu em número de 37.714, com o jogo terminando em 1-1.
- Em 24 de setembro de 1994, 36.233 torcedores presenciaram a partida entre Paraná e Palmeiras, que terminou 2-4 para o Palmeiras no Couto Pereira.
- Outra grande presença foi em 16 de outubro de 1994, quando 35.336 torcedores assistiram ao Paraná empatar em 2-2 com o São Paulo no Couto Pereira.
- Por fim, em 25 de abril de 1999, 35.180 torcedores viram o Paraná perder por 0-1 para o Grêmio no Pinheirão.
Confrontos do Paraná Clube com Rivais Locais
Desde sua fundação, o Paraná Clube mantém uma rivalidade intensa com o Coritiba, sendo este o time que mais enfrentou em sua história, com 108 confrontos. O último encontro entre as equipes ocorreu em 20 de fevereiro de 2022, pelo Campeonato Paranaense. O jogo que atraiu o maior público entre os dois foi em 27 de fevereiro de 1994, no Estádio Couto Pereira, quando o Paraná venceu por 4 a 0, com a presença de 38.821 pagantes.
Rivalidade com o Athletico-PR Além do Coritiba, o Paraná Clube tem o Athletico-PR como outro grande rival. O jogo de maior audiência entre esses times aconteceu em 17 de fevereiro de 1997, no Estádio do Pinheirão, com o Athletico vencendo por 3 a 1 diante de uma multidão de 35.000 espectadores, dos quais 25.191 eram pagantes.
Disputas com o Londrina Outra rivalidade em ascensão para o Paraná Clube é com o Londrina, fomentada pelos diversos embates e disputas por títulos entre as equipes. Esses confrontos regionais são parte importante do cenário futebolístico paranaense.
Essas rivalidades são um aspecto crucial na trajetória do Paraná Clube e refletem a paixão e a competitividade do futebol no estado do Paraná.